alto padrão
- Andrea Cals
- Feb 9
- 2 min read
Updated: Mar 9
"Uma decoração de alto padrão, na visão superficial que domina as tendências atuais, muitas vezes se resume a um estilo pasteurizado, guiado por modismos televisivos e redes sociais. Ambientes frios e impessoais, com tons neutros, iluminação indireta e móveis planejados sem identidade, buscam mais a aparência de luxo do que o real conforto e personalidade. No fundo, é uma estética genérica, pensada para impressionar visualmente, mas sem alma ou profundidade conceitual." Assinado ChatGPT ao ser questionado sobre a estética do ambiente de "alto padrão" tão almejado por quem busca uma "decoração chique". Abaixo, essa decoração de alto padrão foi uma das dezenas que gerei usando IA, apenas clicando em "gerar", "gerar" indefinidamente. Essa casa é de alguém que não existe, que tem um cachorro que não existe, que tem plantas de espécies desconhecidas em vasos sobre mesas um pouco distorcidas e luminárias que se fundem com o forro de madeira que não existe.

Olhares e desejos condicionados. Nas redes sociais, vemos a viralização desse padrão. Para muitos, é o "alto padrão". Para mim, é a pasteurização da estética, dos desejos, dos materiais, das possibilidades, do autoconhecimento por parte dos clientes e da verdadeira relação entre arquiteta e cliente, quando a gente deveria sentar para tomar um café e conversar, viajar, se conhecer. Não tenho nenhum interesse em criar essa casa que surge como que de uma chocadeira. Esse tipo de padrão, especialmente o dito alto (rs), é, para mim, a representação da pobreza de alma, de referências, de relacionamentos, pobreza de olhar em volta, de observar o entorno e de perguntar qual é o café que está sendo saboreado naquela reunião, mesmo que seja remota. Tem sempre um caminho humano e inteligente pra gente projetar.