vestibulares e suas histórias
- Andrea Cals
- Jun 9, 2007
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Updated: Mar 9
1954, havia acabado o científico no Colégio Anglo Americano. Já tinha escolhido fazer Arquitetura, em parte influência do meu cunhado, recém formado Arquiteto, em parte, a maior, pela simples razão de não ter química (eu detestava) no vestibular. Mas, não me preparei ou fiz cursinho vestibular. Fui, na cara e coragem. Fui reprovado. Como curiosidade, já que eu não estava mesmo preparado, acabei fazendo as provas de Desenho Artístico (ou Figurado) e Geometria Descritiva pra outro colega, que era fraco nos desenhos, mas estava preparado pra matemática e física. Também não passou!
Diga-se de passagem, Desenho e Descritiva, que eram eliminatórias, consegui passar o cara! 1955, segunda tentativa, passei fácil pelas eliminatórias (Desenho e Descritiva), fui pras outras, Física e Matemática, fiz as escritas, não fui bem, levei o trote, e...desisti das orais. Moral: reprovado. Mas, como o número de candidatos era menor do que as vagas, fizeram uma segunda chamada. Os colegas me avisaram, tava passando todo mundo, mas eu já tinha entrado numa de desânimo (babaca, claro!) e fim. Reprovei-me! Dias mais tarde, quando meu pai soube da minha idiotice, e dos detalhes, ficou putissimo comigo. Mas, já eram favas contadas; nada a fazer. Cai no trabalho com meu cunhado arquiteto, enquanto esperava a terceira oportunidade. Quem sabe: um é pouco, dois é bom, três é demais, o cara passa. Quem sabe, por antiguidade. 1956, agora tinha que dar. Estava preparado, Descritiva, matando a pau. Desenho, sempre ia bem. Matemática e Física, meus algozes, tinha estudado. Acabei passando, não sem algumas ajudas externas, no “popular”, algumas colinhas. Talvez desnecessárias, pois eu estava preparado, mas serviram para confirmar as minhas respostas. Detalhe interessante, foi que meu irmão, Marco Antonio, passou direto, entrando pra Faculdade no verdor (eita!) dos seus recém-feitos dezoito anos (na época, quase no limite). Foi um dos três mais novos da turma. Eu, com 21/22, considerei-me atrasadíssimo. Cinco anos mais tarde, formei-me Arquiteto, sempre com notas muito boas nas disciplinas de Projeto; nas demais, pro gasto. Faculdade Nacional de Arquitetura, única na época, Praia Vermelha, o local. Durante muito tempo me recriminei pelo vestibular abandonado, o ano perdido, a inevitável comparação com o meu irmão, quatro anos mais novo, entrando e saindo do curso de Arquitetura, junto comigo. Depois, não muito depois, vi que essa diferença era apenas uma impressão, nunca uma realidade. Hoje, eu com 70 anos e ele com 66, somos ambos, idosos por igual. TRI CAMPEÃO!! Fernando Cals